Argentina quer aumentar importação de gás da Bolívia, mas depende do Brasil, dizem fontes
LONDRES, BUENOS AIRES, LA PAZ (Reuters) - A Argentina está negociando aumentar drasticamente as importações de gás natural da Bolívia para entre 16 milhões e 18 milhões de metros cúbicos por dia durante o inverno do Hemisfério Sul, disseram quatro fontes à Reuters, embora o plano dependa que seu gigante vizinho Brasil garanta seu apoio.
O país sul-americano está buscando suprimentos alternativos de gás depois de ser duramente atingido pelo aumento dos preços do gás natural liquefeito (GNL) devido à guerra na Ucrânia, que ameaça causar um profundo déficit comercial de energia este ano.
Uma segunda fonte do governo argentino e uma fonte da indústria com conhecimento direto das negociações disseram que o acordo para aumentar as importações de gás da Bolívia está sujeito a negociações com o Brasil. O acordo seria para o período de inverno de três meses.
O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, viajará ao Brasil na sexta-feira e se reunirá com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, entre outros.
"No momento, o Ministério de Minas e Energia não tem expectativa de que o Brasil demande menos gás da Bolívia", disse a pasta em resposta à Reuters.
Emilio Apud, ex-secretário de energia da Argentina que agora dirige uma empresa de consultoria, estava cético sobre o tamanho do acordo, a menos que o comprador rival da Argentina, o Brasil, desista de parte da demanda que já concordou com a Bolívia.
Outra fonte da indústria familiarizada com o assunto disse à Reuters que o Brasil está disposto a permitir que parte de sua cota de gás boliviana seja redirecionada para a Argentina por causa das fortes chuvas que estão aumentando sua produção de energia hidrelétrica.